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segunda-feira, 24 de maio de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!




EU SOU II

Sou como um pássaro pequeno
Perdido no sereno
Que quer se encontrar

E feito um beija-flor
Encontrar a flor-do-amor
E como nos seus lábios beijar

Sou como a estrela distante
Que se fez linda e brilhante...
Longe das outras

Mas, que deseja sem fazer barulho,
Descer do céu num só mergulho
E vir brilhar na sua boca.

Poeta Urbano

LIBERDADE!
.
Correrei de mãos dadas com o vento
cabelos soltos, partirei num voo livre
saboreando cada gota do momento
não haverá tormento que me prive
.
Provarei da incandescência do fogo
mesmo sabendo que a água é precisa
aprenderei as artimanhas desse jogo
serei mulher antes de ser a poetisa
.
Pisarei na terra com nuvem nos pés
não temerei possíveis ondas de revés
tocarei, de leve, os dedos da morte
.
No barco, desfilando; proa e convés
sentirei na carne um novo porte:
liberdade dando à vida melhor sorte!
.
(Lena Ferreira)

O ÚLTIMO GRÃO
.
Brisa transformou-se em vento
Vento em forte tempestade
Trovoadas anunciaram o fim
.
Meu peito - cristal delicado -
Estilhaçou-se em mil pedaços
Meus dedos sangraram
Na vã tentativa de juntar os cacos
.
Minha alma choveu forte...
.
Os elos que, antes, nos uniam
Hoje, enferrujados, nos corrói
.
Vejo, entristecida, o útimo grão
De areia a escorrer pela ampulheta
.
O nosso tempo acabou...
.
(Lena Ferreira)

REVOLTA DOS VERSOS

Meus versos dementes,
se rebelaram contra mim,
fizeram até greve
de fama;
voaram para Bangcoc,
vestidos de branco,
livres, liberados,
impacientes.
Como se atrevem
a cometer tal desatino...
Ameaçaram se consumir em chamas,
Cortar os pulsos com ansiolitíco,
Se enforcarem em cordel.
Overdose de Neruda,
Se tornarem políticos,
Serem o inferno do céu,
Não produzirem mudas,
Se trancarem
no quarto escuro,
Ressuscitarem o muro
de Berlim.
Se petrificarem, rudes,
em cascalhos e afins.
Só um justo juiz armênico,
Ou dose de arsênico,
para calaram estes ingratos,
Pode ser crise de identidade,
coisa da idade,
Pesadelo passageiro.
Sem consequências,
Logo terá fim.

[gustavo drummond]

PRAZER CÍCLICO

Quero tirar teus óculos como a última peça
Que te descobre a face, que se desprende de ti
Saciar-me em tuas fontes, como quem cruzou o deserto
Deleitar-me no teu néctar como quem o tem somente pra si.

Quero matar minha sede no teu gosto de fêmea
E extrair do teu cálice o gosto do mel!
Beber este suco fruto dos deuses
Dividir-me contigo é estar junto do céu!

Somar nossas partes, ir ao extremo...
Pousar em Saturno, brincar nos anéis!
Sentir-te no meu paladar em cada detalhe,
Banhar-te em língua da cabeça aos pés!

Brincar no teu colo, como quem nasce
E beber gostoso o que brota de ti
Boca a boca, beijo a beijo
Sou todo desejos, não respondo por mim

O prazer é tanto que o amor adormece
E em paz deixa-se ser posto em pratos
Durante a noite, a adrenalina da vida
Durante o dia, é descansar e sorrir para os fatos.

Poeta Urbano

Tudo azul

vou bem ,obrigada
a paz e quietude
não troco por nada

mas tem que ser
bem acompanhada
de sereno prazer

pitada de carinho
dose grande de amor
bem de mansinho

vida monocromática
não é benvinda
não que seja prática

espectro inteiro de cores
um banquete impecável
oferta mais sabores

tornando o insuportável

numa existência mais agradável


Eliane Thomas

Soneto de Ponto G.


Quero tatear teu corpo, morena,
Milimetricamente, em calmaria,
Para dele auferir, em dose amena,
Todo o teu erotismo em Poesia...

Na certa, encontrarei mil pontos G
No ABC do teu corpo sensual...
Pois antevejo em ti, um "plus', um quê
De insaciável paixão, em louco "astral"...

Porém, se o Ponto G não existir
Nesse teu corpo de flor a florir,
Peço-te calma, e jamais se entristeça....

Nesse momento a dois basta sonhar,
Ficar tranqüila, amar e relaxar:
O "Ponto" estará na sua cabeça!...

J. Udine

Bonança.

Não era preciso falar
Nossos olhos se encontravam e diziam
As palavras que nunca foram ditas
A areia morna da praia fazia rebentar
Um oceano de desejos que ornamentavam
Um instante de magia que nascia desse lugar
e nesse lugar
nos entrelaçamos
e bebemos da água
da mesma fonte de plenitude
de querer
e bonança.

Ana Maria Marques.

Tua face em mim

Está registrada
nos vãos da memória
de um tempo intangível

Está transfigurada
nos veios da história
de um amor intransponível

Tua face em mim
tem a fragrância da glória
passada em nós tão presente

Tua vida sem mim
seria uma triste trajetória
trilhada sem voz nem semente

Anorkinda

vem a chuva

O sol às nuvens deu licença
Os pingos de chuva
Eram a preferência,
O dia se manifestou seco
As plantas murchas no beco
Nem tinham lágrimas para chorar
a sede.

ღRaquel Ordonesღ

Noites Enluaradas


Noites enluaradas,
Dois corpos que dançam,
Bailado ritmado, valsa açucarada.

Alguém que me diz quem é o par dessa dama,
Pode ser um rei, um poeta, um encantador,
São eles a mistura de um homem só.

Esse par pode ser um gato vadio que foge,
Batucando o seu amor nos telhados da vida,
Enlaçando no seu olhar o mar de segredos da dama.

Noites enluaradas,
Dois corpos que se unem,
Bailado ritmado, valsa açucarada.

(Rod.Arcadia)

Redenção


Não conto mais os dias

Desde que meus olhos
Se despedaçaram

As árvores ficaram mais frias
As flores esconderam os cheiros
Das palavras senti o destempero

Perdi a noção do que sentia
Junto com o medo de te machucar
Me perdi nas sobras das horas vazias

E o silêncio passou a ser tormento

Nada mais, é singelo
Nada mais, é seguro

A mentira de não te querer
Abraçou a minha falsa alegria.

Clayton Pires

REGALO

Traigole frisas de las montañas,
una maceta llena de rosas blancas,
Versos que habían nascido
En las minas de brillantes.
Un frascoque tine aroma
de esencias orientales.
Una taça de amor infidable,
Un invitación para danzar conmigo,
ayer por la mañana.
Quiero que coja mis manos
entre sus muslos calientes.
Un beso, solamente uno,
pero que sea el mas grande.
Deseo se vea en su espejo
con sua lencería niegra.
Y yo me he perdido adentro
de los reflejos de sus senos.,
y su silueta hermosa.

Oindo un tocar de saxofón
en medio de la noche,
que ella sea etierna,
Sin embargo,
tengo el mejor regalo:
usted,
no necesito nadie mas...

[gustavo drummond]

DESCANSO
.
Em tudo vejo
os olhos do desejo,
a boca do beijo,
as mãos que tanto almejo!
No ar, sinto
o arrepio que não minto
mas finjo que digo e desminto
-sorrisos de vinho tinto-
olhares de vinho branco,
suavemente franco.
Saudades de saltimbanco
são dores que curo e estanco,
portas que fecho e tranco,
amor que do corpo, arranco.
Descanso.
Meu gesto agora é manso.

Amélia de Morais

POESIA QUE FAZ CALAR

Sou sobriedade e certeza
Teço o meu destino sem freio
Me sei tão poesia, sem rodeio
Verso-me em crível destreza

Eu versus quem me completa
O coração pulsa em câmera lenta
E quando a paz, então, se afugenta
A poesia se insere tão certa

E quando ela surge certeira, rabugenta,
Impondo se sem rodeio e sem freio
Fico amarrada, tolhida e sem meio

E só ela permanece soberana a reinar
Não admite qualquer entremeio
E para não fazer feio, me ponho a calar

Michelle e Marlene Caminhoto Nassa


ZERO

Ele diz que a fome é o alvo
e que não leva propina
na hora do quero - quero,
e até bolsa - concubina
vai criar, que destempero!
Exemplo zero - que sina!!!!!!!!

Aline de Mello Brandão


Recantos dos cantos , casarios tantos .


Surpreendes o meu olhar
em várias "caras e cores"
De seu alto se observa um mar caudeloso
Entre rios , magia de arrecifes , és um sonhar.

A república é filha de Olinda
Beleza sem igual , fulge e não finda
No sítio histórico
destaco os Quatro Cantos
Ao te contemplar compreendo seus mistérios
em recantos dos cantos , casarios tantos.

Sou tocada pela sua estrutura colonial
Você é moldura de orgulho dos pernambucanos
Sua glória e história
vive além da eternidade
São troféus para nós , és patrimônio cultural
da humanidade .

Ana Maria Marques


BOA NOITE

Fecho as cortinas e apago as luzes da sala,
por ser de prata o porta retrato é frio
e mesmo no escuro posso observar um sorriso.

Que se esconde enquanto a noite não chega
mas que dança nos meus lábios quando o cordão arrebenta
e traz sua figura presente, quase humana.

Se o mundo me permitir vou fechar a porta também
pois que nesse instante me convém a solidão
a mesma que me acompanhou do centro ao subúrbio
e me deixou esperando sob o mal cheiroso viaduto.

Despindo-me de tudo, já nua de corpo e alma
adentro pela fresta que me oferece o tempo
e subo pela escada em caracol rumo ao outro espaço
onde vivo um compasso certo, de luz e paz!

Fátima


Do problema


Não me enterrem no poema que escrevi,
Não mandem flores, não me chorem, não me recordem.
Nem me plantem, nem reguem...
Não me percam no poema que escrevi.

Não cultivem os bons sentimentos,
Que neles distraírem, por acaso.

Sirvam-se do meu poema, apenas o sentido (que sentirem).

Somente o leiam, e o percebam, como devem.
Como apenas um poema que escrevi.

O poema é uma ponte. (Nele, ande)
(tu) O(h) leitor é (Tu que és) o pedestre.


A.R.S.



Calendário

No meu não existem dias
Existem momentos
Pelas quais são feitas
Dos meus anseios
365 meios de mostrar
O pouco que sou feito...

André Fernandes

Tenho...

Tenho em mim um livro
Que ainda não foi editado
Das escritas que o dia a dia
Fez de mim poeta sem nunca
Ter sido...

Tenho em mim um oceano
Que ainda não foi navegado
Das tantas palavras navegáveis
Desse humilde bardo que tal
Verso pendeu...

Tenho em mim um porto
Que ainda não foi atracado
De tantas velas e ventos inspirados
Desse marinheiro de primeira
Viagem...

Tenho em mim as mãos
Que atiram no calejar da obra
Aos borbotões! Em páginas
Brancas cuja espera... É se fizer
De poema.

André Fernandes

PASSAM-SE OS ANOS, MUDA-SE A IDADE...

Passam-se os anos, muda-se a idade
E a alma bebê, essa, fica lá atrás...
Isto é fato, mas não pode jamais
Ser um motivo de infelicidade!

Viver o momento é linda atitude.
Não dê importância à velhice iminente,
Pois não há na Terra um só ser vivente
Que goze para sempre a juventude!

Que venha a vida! Sucedam-se os anos:
Uns nos acertos, outros nos enganos;
Ora amistosos, às vezes, hostis;

Que nada, nada, vai me esmorecer!
E a vida, a vida, essa, eu irei viver
Para realizar o que ainda não fiz.

ISAÍAS GRESMÉS

AO CORAÇÃO QUE CHORA
.
Piedade ao coração que chora
Peço eu aqui nesse momento
Gotas fartas rolando por horas
Rogo a Deus por um lenimento
.
Afastai do meu peito a dor forte
Serenizando a mente e a alma
Tirai os dedos da ansiosa morte
Que vem tirando a minha calma
.
Coração que chora, tão tristonho
Alagando o verso que componho
Com uma tinta viva e encarnada
.
Num pesadelo se tornou o sonho
Não vejo graça na vida; vejo nada!
Somente o fel na boca amargurada...
.
(Lena Ferreira)

EM CHAMAS

O amor verdadeiro
não se extingue,
não finge
ser brasa
quando é chama

Ultrapassa
os limites da razão,
sempre causa
efeitos na emoção
quando clama

Então espera
que seja fogo,
nunca joga água
de novo
sobre a paixão
que se inflama

Janete do Carmo

SEM VOCÊ
.
Sem você
meus versos são palavras
nuas, cruas
meus dias são horas
longas, lentas
meus sonhos são visões
pálidas, pávidas
meus carinhos
são mãos, mãos simplesmente
sem você
meus olhos
são lágrimas, leigos
meu sorriso
triste, tácito
meu rosto
vago, vedado
minha vida
é o tempo contado de frente pra trás.

Amélia de Morais

O NASCER DOS SONHOS

Quando nascem as quimeras
É nossa a imensidão
E quão maior o coração
Maiores as coisas belas

Sonhar para si mesmo é bom
E no sonho a tristeza finda
Mas, desejar beneficies para todos
É divino! E bem melhor ainda

Sonhar liberta o espírito
Tornando-o outro ser viajante
E pelos sonhos d’alguns gênios. Loucos!
O mundo inteiro jamais seria como antes

Tomas Edison, inventou a lâmpada
Santos Dumont, o primeiro avião
Karl Benz, surtou! Criou o carro
Gênio ou louco? Qual a relação?

Sonhamos unidos com várias curas
Do espírito, do senado e outras feridas
Em suma, o nascer dos sonhos
É também, o despertar da vida.

Poeta Urbano


Nosso Eu!.

Onde estás?
Sou eu quem te chama...
Teu outro lado, teu eu.
Vamos apareça e...
Saiamos enfim, daqui.
Venha, quero mostrar-te
o outro lado que desconheces,
eu, teu outro ângulo, o reto.
Venha, noventa graus a estibordo...
Estou eu, ou tu, que sei eu!
Cá estamos, apenas, nós!

godila fernandes

Quando você se foi...

houve derrame da alma
do ser submerso em cinza
certezas tornaram-se vazias
não acordar pra novos dias

errante meu cotidiano
lágrimas da triste sina
sonho findado em pranto
convulsivo no desencanto

Hoje o ritmo transcorre
antes ruidoso
agora corriqueiro
tempo sábio em surdina
tranforma-se em companheiro


Eliane Thomas

APENAS

Aqui estou pra falar do nosso amor,
Não vim pedir que voltes,
Nem dizer do meu arrependimento.

Vim somente relembrar do nosso tempo,
Quando respirávamos um ao outro,
De quando caminhávamos pela rua, fazendo nada,
Que não fosse degustar o sabor doce do estar juntos.

Vim tão somente reviver teu jeito,
Ver se ainda te acho linda como naqueles tempos,
Se o riso ainda me encanta,
Se ainda a sentirei tão minha.

Nem quero saber das dores do lenço branco,
Nem contar das noites que sofri demais,
Das madrugadas que chorei tua ausência,
E do vazio dos dias sabendo que não a teria mais.

Não vou tentar de abraçar de novo,
Só quero sentir esse perfume que me persegue,
Só quero dividir contigo as lembranças todas,
E por instante, fazer de contas que ainda és minha.

Aqui estou somente para perguntar,
Se ainda lembras de mim e dos nossos sonhos,
Vim só pra te dizer que ainda te amo.


EACOELHO


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Um comentário:

Telma Moreira disse...

Quisera ser dona do tempo
e me deixar ficar assim,
perdida nessa imensidão
de letras...
Vagando,
aprendendo,
ofuscando-me...
nas luzes!