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sexta-feira, 28 de maio de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

Travessia

Quase fuso,temperado,não confundo ...
Vi o Mundo;vários mundos ...
Muitas cores ... !
São fatores que sensibilizam a breve matéria
Sendo alvos,caminhos,passagens ...
Pensamentos,sonhos,e miragens ...
Se declaro vão,não é vão !
"Fomos sendo,o que queremos"
Como o encontro nas esquinas do tempo,
Nas curvas do espaço,
Sob a luz dos astros ...

Claudenir

Jardim de estrelas

Senhores do tempo
De amores e beijos,
Nas luzes creditam paragens de alguém,
De cores e coisas,
De gestos e versos,
De passos imensos,
De amigos intensos,
Que aqui sempre cantam,
Declamam e ouvem,
transformando-se em flores
Iguais a você

Claudenir

Sê compassivo

Violência
corpos em jornais
moleques em profusão

Cenário
relativo aos normais.
Há que se prestar atenção:

Mendicância
e pobreza são sinais
de falta da boa educação

Discursos
e revoltas demais
oferecem nenhuma solução

Exercício
salutar e bem mais
efetivo é respeitar a condição

De ser humano
em variedade de ideais
mas no fundo exatamente iguais
a eu e você que nos danamos de presunção!

Anorkinda

Nosso Eu!.

Onde estás?
Sou eu quem te chama...
Teu outro lado, teu eu.
Vamos apareça e...
Saiamos enfim, daqui.
Venha, quero mostrar-te
o outro lado que desconheces,
eu, teu outro ângulo, o reto.
Venha, noventa graus a estibordo...
Estou eu, ou tu, que sei eu!
Cá estamos, apenas, nós!

godila fernandes


Noite de lua cheia

Nasci em lua cheia
Sou a luz que brilha no beijo
De um casal apaixonado
Já fui pintado com os olhos
Em lagrimas quando o amor
Esvai-se...
E dele renova outra noite
Como se o amor nos desse outra chance
O dia é forte o calor respinga
E chega a noite e fica cheia
O coração se incha e a luz
Clareia...
E a mão se pega eu sou a mão
Que a noite seduz
Você...

André Fernandes

ALUCINADO

Fico alucinado
quando penso em seu físico
seu corpo cheio de curvas
dentro daquele ousado vestido

Sua respiração no meu ouvido
é como o zumbido de um inseto
que voa cheio de alegria
à colher o néctar que extasia

Sem olhar eu vejo
o decote dos seus seios
de sua linda blusa
despertando meu desejo

A doçura que esconde na gruta
é como um fruto maduro
que guarda o doce líquido
dentro do oco da fruta


Por Joseph Dalmo

Ressurreição


Eu sabia que depois que vertesse
a última gota do veneno
Ela morreria em versos
Lentos, desatentos

Eu sabia que depois do fel
Viria doce, seduzir-me
Com os adjetivos mais rasgados
Em rimas límpidas

Eu a queria incerta,
deserta, sem nenhuma pretensão
Mas, sabia que assim não viria
afagar-me

E temi não mais encontrá-la
Tê-la perdido,
pelas madrugadas
geladas em que me dispersei

Receei que meu choro contido,
meu riso esquecido
e meu grito calado
tivessem levado-a

Mas, hoje ela renasceu,
viva em mim,
Em versos assimétricos
E egocêntricos, para falar de si

Deu-me a mão
e prometeu não mais fugir
se de novo a verve
em meu peito dormir.

Alexandre de Paula


Notas


É dó
de si
que o faz
ir de ré
prá além de lá

É sol
que não se põe
é dó na contramão
dó maior
dó menor
dó!

És só um pedaço
somente cansaço
cadê a canção?

Ana Luiza (coisas de Ana)


CACHOS D’ÁGUA

Andando na praia avistei
Sobre um pedestal de pedras
Enfeitando a visão do céu e do mar
Gaivotas contemplavam
Meu colírio do olhar
Alquimia das minhas meninas
Que insistiam em fitar
Metade humana
Talvez metade sereia
E cantava, e cantava
E sob efeito do seu canto
Dançavam as gaivotas
O balé dos pássaros
Causando inveja às andorinhas
Que não tinham sua semideusa
À beira mar, a brincar
Pondo em dança o seu pé
Como se acariciasse
Os cachos d’água
E as ondas chegavam mansas
Até ti, quebrando-se sempre
Como se curvassem-se
À singularidade
Daquela paisagem viva
Presente ali.

Poeta Urbano



Mergulha o sol

Do galho da árvore

Refresco no dia


Rozelane Morais

QUEM SOU?


SOU MOÇO
SOU VELHO
SOU PALHAÇO
SOU BELO

SOU BONECO
SOU GENTE
SOU AMANTE
SOU CRENTE

SOU A VIDA E A MORTE
SOU O AZAR E A SORTE
SOU POETA SOU REPENTE

SOU TUDO ... rsrsrs

ATÉ QUE'U AGUENTE


pedro costa


Sou vassala da emoção
Sirvo a Deus e as palavras
Sou inimiga da razão
Minha mente é despreparada


Trago em mim a força da repulsão
Impregnada no meu olhar
Que age contra a multidão
E solitária me deixa a poetizar


Cultivo flores despedaçadas
No oculto do meu ser
Essas flores são regadas
Pelo sangue que meus olhos fazem chover


Vivo no quarto, trancada
Não nasci para viver
Da solidão sou namorada
Minhas filhas, as lágrimas
Estão prestes a nascer

(Anna Eichman)

Emoção

Não entendo a emoção
Onde ficam os seus olhos?
A razão sucumbe ao coração
Poetas! Eis que faço a sensibilidade
Aferir meu sentimento
Já que a mente de um grande artista
Perde ao toque de uma
Delicadeza...

André Fernandes

SOSSEGUE!
.
Não me acorrente
os pés,
minha alma é leve,
flutua.
O gesto é meu, breve,
a saudade, é sua.
Quero correr campos,
nadar mares,
voara céus,
não me cubra o rosto
com véus!
Meu amor é livre, belo.
Durma, sossegue,
seu sono, eu velo.

Amélia de Morais

Amor e ego

Desdenha de mim quando amo
Esse amor falado é fácil de entender
Ao sentir não nos vale compreender
Resenha de um amor mal compreendido

Tudo o sente, mesmo que infimamente ama
Tudo o vê, mesmo que cegamente deseja
Tudo perdoa, mesmo que tristemente lhe seja
Tudo o sana, mesmo que a causa seja dura

Posso falar com emoção sobre o amor
Mas falar não é sentir
É nos mentir pra si mesmo
Fazer com que sejamos puros sentimentos
Sou esse Norte que a poesia me teve
A minha eterna família é a amizade
Pela qual percorro de um ponto ao outro
Meu amor não é pra um
Meu amor é infinito e pra todos
Mas somos mesquinhos e egoístas
Fazemos de nosso amor um capricho
O nosso ego inflado...

André Fernandes

CONSTRUÇÃO

Casa simples, caiada,
no alto da colina,
frente voltada
para o futuro,
belo horizonte,
livre, sem muro,
contornada por jardim
de flores astrais.
telhado transparente,
do paraíso, confim.
janelas enormes,
por onde passavam
sonhos fugitivos,
tanto mais...

Árvores centenárias,
sombra bem-vinda.
Escutando o canto
do regato pacato,
Aves em madrigal,
suaves acordes,
gostoso dormir.
Tempo não existia,
sempre era agora,
De longe se via
a pequena construção,
mais alto uma capela,
cruz de madeira,
um aroma de vela
acesa.
brisas saudosas,
Oásis campesino.
Bendita seja,
morada de meu ontem,
Descanso final.

[gustavo drummond]

Vem...sim...

Vem e dispa-me a poesia
rima a rima
sôfrego

Sim, desliza-me em verso
verbo a verbo
trôpego

Vem e declama o poema
sou a musa
Reticência...

Sim, proclama em voz
poética minha
clemência

Anorkinda

ENCANTAMENTO

Diga frases curtas,
profundo sentido;
nada fale
deixe o silêncio contar.
Se afaste só um pouco;
me abrace já.
Deixe que beije
seus beijos
gosto de manhã.
Fique quieta;
movimente febril;
colibri, arco-íris,
alvo, seta,
quem te viu;
quer te ver,
com este diamante
no olhar;
ousadia que afronta,
dança inconstante
na linha da ferrovia.
Mesmo que não ouça o som,
Escute duas músicas
simultâneas.
Não perca o tom,
a compostura,
delicadeza de gestos,
rodopie, gire,
mesmo que a roupa
não seja adequada,
se sinta molhada
de suor,
ou desejo.
Sem culpa,
Com corpo sensual,
infernize minha inspiração,
Estigma, do tempo, um sinal,
Te usarei sem moderação.

[gustavo drummond]

VERDADE

O coração pulsa
num tom diferente
quase descompassado
quando ficamos lado a lado

A respiração soluça
em espasmo eloquente
quase sufocada
quando a boca fala calada

A verdade avulsa
é devastadora e senciente
quase despudorada
e não precisa dizer nada!

Anorkinda

Minhas águas

Ha em mim um que de água que não finda
Rios e corregos fugindo para o mar
A cidade que nasci me ilumina
Com lanternas de ferro e vidro a brilhar

A veneza que assim se entitula
Tanta história em seus antigos casarios
E o rio que por ela se desbrava
Corta os anos, os sonhos e desvarios

Sou um mar em aguas doces flutuantes
Sinto as gôndolas passarem lentamente
Vasto céu azul anil lá adiante...
Ca dentro sempre brota uma semente

Da veneza brasileira comovente...
Nasce a poesia que embarca lentamente
Nascente do sol de um meio dia
Raia na imagem, um sonho azul...

... assim dormente

Márcia Poesia de Sá


A menina

Quieta e franzina quase não falava...
Não expressava a dor, nem tão pouco o amor que guardava
Rasurava sentimentos em cabos de guarda-chuva nas ladeiras íngremes de seus nadas
E os anos se passavam...
Ela mal percebia que seu corpo se modificava
Ia com a mãe à feira, e nem notava
Os olhares fortuitos dos rapazes, a ela, não diziam nada
Simplesmente a menina caminhava...
Calma e tranquilamente entre melões e folhas...
Todas tão viçosas, quanto ela poderia ser...
Se quisesse ser... Se pudesse ver.
A casa branca rodeada de flores do campo
Tinha janelas arqueadas... E um tom de romance inútil
Que embelezava a rua cinza griz
Os anos cambaleantes, num belo dia
Esbarraram na parede sem querer
...e começaram a cair da escada
Uma queda vertiginosa que findou por bater na menina
Que assustada, ao se olhar no espelho...
Talvez pela primeira vez em sua vida...
Surpreende-se com um som agudo
Que a perseguia pela cozinha limpa...

- Vovó, eu queria bolo!

Márcia Poesia de Sá

pedido



Aquele guardanapo
Debaixo da taça de vinho
Peço que leve contigo.

Pois nele deixei meu sorriso
Branco, vazio, sem motivo.

Leve,
Guarde naquela sua gaveta
De fotos.

Hoje o que eu quero
É permanecer
Em suas lembranças


Clayton Pires


SORRIA

A vida é bela
Sorria!
Mesmo a pé
Tenha fé!
Há magia...

Há um Deus
Meu e seu
Que nos ama!
Que nos fez
Deus é três
Plena chama!

Se o amor
Trouxe a dor
Sorria!
Morrem tantos
Sem seus encantos
Por um só dia

Se a vida for cruel
Se tiraram o céu
E a harmonia
Põe os joelhos no chão
Abre o teu coração
Sorria!

Poeta Urbano

Sublime

As palavras me consomem
Nessas horas.

Debaixo dessa sombra
Que as folhas fizeram
Com a luz da lua.

Porque seus olhos continuam
Me dissolvendo aos poucos?

Continuo te querendo
Tanto quanto minha língua
ácida, pede sua pele.

Não consigo fugir:
Nada me impede
De não deixa-la fazer.

A noite deixou de ser tédio.

Se estamos assim, tão inquietos
Só peço que o sol demore a amanhecer.

Clayton Pires

Transgressão poética

Aos olhos que nada vê
Sobram testemunhos
Rompidos na elegia
De um poema

Transgredimos a palavra
Com as formas azeitadas
Quadradinho e rimado
Bom verso ninguém vê!

Transgredir os olhos
É sentir que nos matou
O coração apenas sente
Mas ler e sentir são inerentes?

Pecado é não levar em consideração
A mão de obra do poeta
Emoção já dada ao infringir
Com formas e lampejos seu testemunho
Sejam elas brancas ou coloridas

Ah! Gosto assim, ah! Gosto desse jeito
Avaliar é desobedecermos a nós mesmos?
É dirigir a sensação lida pelo gostar
E gostamos do que? Avalie a sua escrita!
Assim analisará o seu gostar...

André Fernandes

DOMADORES DE PALAVRAS

Colher palavras não é fácil
Assim, como a harmonia racional,
Também, não é algo simples
É preciso semear a mente
Mergulhar, entregar-se, inteirar-se
Apatia não consta no teu ser
A sensibilidade brota-lhe dos poros
A amplitude enche-lhe os pólos
Sintetizando a sua visão
Mesmo em pleno silêncio
O grito é constante
Ainda que preso
O clamor vai distante
Cria amplos paraísos
A visão presenteia-lhe o nicho
A imaginação faz o capricho
Sua inspiração é peculiar
Seu coração um brando lugar
De várias faces, todas afáveis
De vários mundos e tantos oásis
Seu coração é seu universo
Em sua veia, correm versos
Seus instrumentos de cirurgias
São sempre papel e caneta
Das suas primaveras mais amenas
Brotas amores ainda que surreais
Suas mãos sempre escrevem à paz
Domadores de palavras
Assim, são os poetas.

Poeta Urbano

Mudança de rumo

Nessa estrada da vida
paguei pedágio
e do adágio
fiz a minha história

Paguei com ágio
e suplantei a lógica
e do sufrágio reneguei o voto
pra descobrir onde foi que errei

Associei idéias
antevi novos percalços
e garanti a mim mesmo
melhor trilha percorrer...

Há de ter nova saída
que o descaso dessa casta
que insiste apodrecer...

Que se dane quem me ache demodê!

Marçal Filho

Dom sagrado

No princípio não lia nada
E nada me avalia
Não sabia o que algo ser
Muito eu via pelos cantos
Quintana e suas crias
Nem mesmo eu sabia
Que destino iria ter
Já ouvi de nome Leminski
Transgressor, de fato!
No início não sabia nada
Quanto indício foi me dado
Pra aprender com esses mestres
Que eu tenho um dom
Sagrado...

André Fernandes

Intervalo ...

Divago fora dos tempos,numa faixa de luz.
Numa lâmina ferida que teu sentido conhece.
Desconheço se há vida ou o que ela é ...
Sequer suponho !

Claudenir

Rimo telha com abelha
E daí? Que mal há nisso?
Escrevo sem compromiso
Eu pego as letras no chão

Rimo esmo com torresmo
O que é que tem? Não faz doer
Não escrevo por dever
É feito café com pão

Rimo horário com armário
Incomoda? Não está na moda?
Então pega a baiana e roda
É popular, é pro povão

Rimo missa com noviça
Tem alguém que lê e cala
E é então que você fala:
Já vem com religião!

Rimo da forma que quero
Seja com jeito ou defeito
Escrevo o que vem do peito
Do fundo do coração.

LCPVALLE

CARÊNCIAS


Às vezes uma coisa pouca
Faz-nos arfar de sede
Com tanta água na boca.


LCPVALLE

Não me vi aqui
O que está a acontecer?
Será que não mereci?
Será que preciso morrer?

LCPVALLE


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2 comentários:

POEMAS disse...

Gosto de passar por aqui. Goste dessa forma tão gostosamente simples e tão ricamente lírica como se apresenta. Fico muitíssimo orgulhoso de fazer parte dos poetamigos dessa comunidade, muito embora nem tenha feito por merecer.

ANORKINDA NEIDE disse...

certamente muito fez e faz porm erecer!!! ;)

abraços!!