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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Do tópico DISCRETA POETA...JULENI ANDRADE!

TEM

Tem vezes...
que pego meus olhos espionando seus passos;
que vejo meus passos apressados demais;
que olho meu dia correr ligeiro;
que sofro;
que choro;
quase morro.
Tem horas...
que a coisa desanda, foge de mim;
que eu saio pela tangente;
que querem destruir a gente;
que sopro;
que luto;
quase desabo.
Tem dias...
que a felicidade se afasta e corre;
que o tédio impera soberano,
que a alegrias escorrem em medos;
que deito,
que caio,
quase saio.
Tem momentos...
que esqueço as tristezas e crueldades;
que afogo as amarguras em sorrisos;
que deslizo em seus olhares;
que brinco;
que abro;
quase respiro.
Assim... deixo as portas fechadas.
Assim... deixo as luzes apagadas.
Assim... você sempre chega,
abrindo meu sorriso,
acendendo-me.

JULENI ANDRADE

........


VERIFICAÇÃO DO EU

Sou...
apenas o que a imensidão permite.
Como aço... forjado a fogo,
como água, num recipiente novo.
Delírios acontecem...
São as eternidades presas num jarro.
Não podem sair!
Não podem fluir!
O abismo nutre meu olho nú,
o céu está além do limite...
Se eu pulo, caio!
Se caio, afundo!
Minhas amarguras estão prontas
a dar o pontapé.
Meu submundo, meu absurdo...
teias, tecidas pela aranha lírica.
Meu universo, meu dia:
realidade descortinada, constatação...
Sou infinita num amar profundo...
morro, num segundo... de desilusão.

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JULENI ANDRADE

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