Do tópico ALINE DE MELLO BRANDÃO...Doce Sabedoria...
ABSTINÊNCIAAbstenho-me do pão
e sem luxo, sobrevivo.
Não trago o peito cativo
em luxúria sem paixão.
Porém preservo o tesão
de exercer com poesia
a fina flor do meu dia
sem pudor ou perfeição.
Eu penso que meu pecado
é não ter mais encontrado
a quem dei meu coração
tão antigo em novidades
tão moço nas descobertas.
O resto são veleidades,
letra tonta em linhas certas!
Aline de Mello Brandão
...
UM RIO
Um rio na cheia é uma presença inquieta.
Transbordante.
Cheia de significados.
Rio que cresce, viaja e deixa-se navegar pelo homem.
Presença espessa acesa nas palavras: poesia.
Nessa uma, veleja minha paixão pela Vida entre os riscos de viver...
Pessoa antiga, semente do comprometimento com o outro, deixo voar tudo o me coube de aprendizagem e exercício.
Pessoa comum.
Brilhantemente comum
dessas que vibram com o ar, a terra, o fogo, as energias todas.
Relação mágica com as águas...
Apreendendo o nascimento do dia e a plenitude da noite.
Nascentes e poentes são surpreendemente únicos nas cores do espaçotempo que os envolve.
Um rio navega o homem, revelando inquietude.
Águas grandes de todos os rios, eu queria escrever com todas as vozes
com todas as mãos latinoamericanas.
Mas,
sou uma pessoa comum
querendo decifrar os segredos do coração do mundo.
Vendo fatos, fotos, violência, a subnutrição de mãos dadas com nossas crianças.
E sofrer o crescimento, exige-me o escrito.
Aline de Mello Brandão
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