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domingo, 21 de fevereiro de 2010



Do tópico DISCRETA POETA...JULENI ANDRADE!



(IN) COMPARÁVEL

Uniformes doses de coisas incomensuráveis.
Isto é o insolúvel ato de amar-se, amar a...
Quando, a voz supera o som...
torna imagem indestrutível.
Não há bondade no amar.
Cada advento pronunciado traz consigo
algo de melindroso, como cristal...
qualquer grito estridente é fatal.
A brisa, o som, a melodia, um susto...
qualquer acento agudo pode quebrar
a montanha do sorriso encabulado.
No amar, a terra treme. De concreto...
coração em aflição, boca em secura,
sal nas mãos, cor nas maçãs.
Inusitados contatos imediatos ou não...
trazem aos sonhos um colorido
inquietante., idêntico ao barulho
do vento em vidraças embaçadas.
A esperança recheia o tempo,
o tempo cabe num silêncio,
o silêncio grita ausências.
O amar é algo desconfortante...
perfura, agride, espreme, deflora.
Tal qual inesgotável luz...
É prelúdio da falta de juízo.
O amar não cabe na razão.
Nenhuma mansidão é encontrada
no passeio. O amar revolta o mar.

Às vezes, nadar sem competir...
é fala desmentida. Pois amar é luta.
Há sede constante, calor de implosão,
olhos a vislumbrar mananciais distantes...
Inigualável arrepiar. As garras se assanham.
Quer prender-se, quer achar-se, quer amar a...
Em pleno voar das sombras de um ciúme.

JULENI ANDRADE

...

POEMA À MUSA FANTÁSTICA

Nunca fitou os olhos daquela tal.
Mas, não faz mal!
Existe encanto em qualquer canto...
Não sabe qual!

Não avistou seu porte divinal.
As lágrimas da musa não molharam seu lenço.
Da boca, nenhum beijo ou sorriso...
Não foi preciso!

A imagem não compareceu,
nem holograma enxergou.
Nenhuma foto, nem cheiro de seus cabelos...
Não foi necessário tê-los!

Nada de ruídos, assobios, gemidos.
Cantou sozinho a bela canção.
As batidas de um coração aflito, sentiu não...
Não ouviu, nem sermão!

Depois de muito ou quase tudo
que sentiu sem nada ouvir,
sem nada ver ou tocar...
entregou, ao mundo, um poema de quem sabe amar.

JULENI ANDRADE


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