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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS DA SEMANA!
ESCRITA
.
Estava escrito
pelas minhas mãos e pelas suas

Estava escrito
nas nossas pele nuas

Estava escrito
na face branca do papel

Estava escrito
nas estrelas do mar e do céu

Estava escrito
pelas suaves mãos do vento

Estava escrito
nos intervalos de cada momento

Estava escrito
nas letras das canções

Estava escrito
nas lavas secas dos vulcões

Estava escrito:
seus olhos, nossa visão
meu copo, seu vinho
seu sangue, meu coração
meus passos, nosso caminho

Estava escrito
Rito
Seja bendito!

Amélia de Morais


Se a terra girasse ao contrário?

Se a terra girasse ao contrário
A gente iria ficando mais jovem
Os políticos menos safados
Os carros menos caros
As ruas menos abarrotadas
As pessoas seriam mais doces
Os medos iriam diminuindo
Minhas telas descolorindo... (não gostei disso!)
Toda a terra despoluído...
Se a terra girasse ao contrário
O todo seria sumário
Como seria este fim?
Batendo as pedras no mato
Ou um ínfimo átomo
explodindo assim... poft.


Márcia Poesia de Sá



*POSSIBILIDADES
.
Para onde se me vão os pensamentos?
Aquém ou além? Refém ou, porém?
E pra quem?
Por onde trilhar meus caminhos?
Pra onde seguir nesses trilhos?
Onde eles irão me levar?
Quero um tempo novo,
quero um céu azul,
quero campos verdes e flores...

As águas?
Quero cristalinas,
cansei de ver tanta insanidade;
daria de bom grado, um grande abraço,
pra ver de novo, o humano na humanidade!

Marçal Filho
Itabira MG.


Quando eu me tornar estrela

Quando meu céu se colorir de azul
e toda minha alma brilhar
sentirei no íntimo a tua luz
e nada mais me importará

Seremos assim como cometas
que passam e brilham deixando rastros
seremos um a inspiração do outro
o calmo abraço no morno enlace

E o céu infinito se tingirá de festa
na noite da lua mais bela
Seremos estrelas cadentes
brilhando no mar da minha espera...

Márcia de Sá


Dispensável

São nas verdades não ditas
E nos abraços censurados
Que o coração fica ao acaso

São nas mentiras infundadas
Que o romper da amizade
Faz do gostar um caso à parte

São nas viagens do sentimento
Que se descobre, lá dentro,
Uma razão pra dizer a verdade
E deixar a mentira em Marte.

(Michelle Portugal – 30/01/10)



SANTUÁRIO

Nosso momento
um santuário
o espaço-tempo
mais sagrado

Nosso beijo
um dicionário
o verbo perfeito
sincronizado

Nosso enleio
um inventário
o testemunho
registrado

Nosso silêncio
um diário
o grito-mudo
mais emocionado

Anorkinda



TO BE


Sei que já vi a chuva cair
de um modo diferente
e que já vi as coisas de outras forma.
Sei que vi.

Saí para o mundo
que estava à minha frente,ao redor
com muitas coisas sem forma e sem valor.
Lembro que saí.

Fui e acabei voltando
pois não achei o que queria.
Fui pela simples necessidade de viver mais a vida.
Fui e voltei.

Fiquei a esperar quem não vinha e adormeci
Por medo de me aventurar
e arrepender depois,
fiquei esperando.

Pulei pois a queda não parecia grande.
Me machuquei.
Pensei ter asas mas não pude voar.
Pulei e não voei.

Pensei erroneamente
que amar era inútil,
que tivesse nascido só pra você.
Pensei errado.

Cheguei aqui sem chorar
ou pensar em desistir.
lutei muito para ser quem sou.
Cheguei ao fim mas não parei!

Rô Elkeyn


PASSEIO


Hoje visitei a beira do abismo
Eu e meu jeans

No fundo, sempre achamos que o tempo não iria passar

Acocorei-me sobre o limbo que cobria o chão que pisava
Abotoei uma borboleta amarela na lapela
Cobri-me daquele sol desbotado e velho
Apanhei um cogumelo solitário que insistia em crescer na pedra
Cheirei duas nuvens passageiras
Mas resolvi não olhar para o espelho do mar

E o azul acima da minha cabeça sempre me desafiando

Resolvi seguir pra lá

Estou cansado de tentarem me convencer que envelheço

(Celso Mendes)



SENTADOS EM ALGUM LUGAR


Não vejo mais teu jeito de expressar-se
Só tenho teu sorriso preso e imóvel
Não sei o que pensas de mim
Se ao menos pudesse ouví-la
Como seria a tua voz?

Suave, aveludada,
Rouca, mansa, cansada?
Gostaria de conhecê-la
Mesmo que eu a decepsionasse
Ou você a mim

Gostaria de estar contigo
Sentados em algum lugar no chão
Embaixo de uma grande árvore florida
Falar da minha vida, ouvir a tua

Fazermos juntos versos poéticos para alguém
Quem sabe pra nós mesmos
Ah! como seria bom!
Quem sabe eu poderia ajudá-la
Com palavras amigas de verdade
Quem sabe você faria de mim... melhor
Olhe! Espero vê-la algum dia.
Combinado?
Quem sabe...quem sabe...quem sabe.

Pedro F. Costa


Saudosismo...


Eu sinto uma saudade doce
Uma doce verdade de fatos contraídos
De dias e noites
Que não foram Perdidos

Mas sinto esta saudade
De uma forma espiritual
Como nos ensina o saudosismo
Vindo de Portugal

Escrever poemas
Falando do que de bom ficou
É para muitos algo especial

Mas eu tenho saudade
Dos dias futuros
De ver o meus netos
E as mudanças boas do mundo

Eu tenho guardado em mim
uma doce saudade dos dias em que
Ainda não vivi...

Léo Messias



A Casa do Meu Deus


Versos calam a minha voz... gritam!
Cerram minhas mãos à caneta
Incontroláveis...


Inutilmente eu me ponho em máscaras
E canto pelos cantos...
Conto pelos cantos...


Espaços de breu e de tamanha claridade
Que os meus sonhos se desprendem dos olhos lúcidos
E se libertam...


Sem a licença das palavras,
Nem dos ruídos que se fazem música.
Os versos cantam pela chuva
Com a liberdade do casal apaixonado...


E com todos os perigos,
Com os póros abertos
E os braços abertos...
Soltos, livres, imorais...


Enfrentando as grandes casas de deus,
Onde nem ele ao menos pode entrar sem pedir licença,
Sem cumprir a norma...
Casas grandes que a mim seriam tão mais brancas


Se ouvissem nos vidros ao seu redor...
E o ouro fosse menos reluzente.
Me calo. Para ouvir então apenas música...


A singela mágica que os meus versos trazem
E se fazem deus, dentro de mim...
A gritar em silêncio.


Porque aqui dentro, onde o sagrado e o humano permanecem
É de onde se grita...
E é o que ninguém escuta
Porque não crêem que poesia é oração!



Cintia de Andrade

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