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domingo, 21 de março de 2010


DIA MUNDIAL DA POESIA!

E a poesia de ARABELA MORAIS E MÁRCIA POESIA DE SÁ!






DÁ LICENÇA, POESIA?


Dá licença, poesia?

Preciso me encontrar...
Nos versos de pés quebrados,
Nas rimas ricas ou pobres,
Nas métricas que limitam,
Na concretude dos dias,
No livre versar dos sonhos!

Dá licença, poesia?

Pois é preciso sonhar!
Com caminhos que percorram
A razão dos teoremas,
A ilusão das miragens,
O fanatismo das crenças,
O “deixa estar” inconsequente
Do viver sem nem pensar!

Dá licença, poesia,

De mostrar o meu viver?
De me permitir sentir
E falar o que aprouver?
De ser eu, sendo eu, outras,
E mostrar que assim posso
Ser mais eu, por isto mesmo?

Dá licença, poesia!
Dá?
Então, licença poesia,
Pois caudalosa que sou,
Agora vou me derramar!

Arabela Morais
Doei a ti, meu ser

Doei cada dor, cada amor cada desamor
Doei cada sonho, cada desejo
Doei cada minuto cada saliva, cada saída
Doei o retornar, o novamente sonhar
Doei meus anseios, e os desenhos
Doei minha saudade e a idade
Doei os anos de paixão
Doei meu coração
Doeu...
Mas...
Doaria de novo cada segundo
Doaria a historia escrita no meu mais profundo
Doaria novamente cada cicatriz de tua semente,

Márcia Poesia de Sá
(ao meu grande amor...a poesia...)



O Poder é da Poesia!


Não nos vangloriemos por sermos poetas!
Somos apenas instrumentos da poesia.
É ela que nos escolhe.
É ela que nos acolhe.
É ela que semeia, em nós,
palavras-sementes.
E depois colhe os versos!


Arabela Morais


Se eu sentisse, poesia

Se me fosse dado o dom
O tom dos olhos da poesia...

Escreveria para ti minhas linhas
Em noites que jamais findariam

Colocaria em linhas teus olhos
Esses olhos que tanto me dizem

De um verde abissal, cicatrizes
Com a mesma profundeza de marl

Tocaria na pele da saudade
Faria afagos na realidade

Se da poesia eu falasse
Seria em meus olhos, tua face

Mas minha poesia inexiste
Evaporada numa taça de lagrimas

Riscou o céu num suspiro lerdo
Deixando-me a deriva de mim

Sem saber assim, se ainda a verei um dia

Eu gritaria ao vento
Todas as palavras rimadas

E até aquelas mal amadas
Sentiriam meu amor por ti

Mas isto só ocorreria
Se eu te sentisse, poesia.

Márcia Poesia de Sá


Por que somos poetas?

Porque é preciso mostrar
que o céu é azul...
mas de um azul intenso
ou de um azul zangado
até de um azul cinzento
ou de um azul iluminado...

Porque é preciso dizer
que a floresta é bela...
mas de uma beleza extrema
ou de uma beleza selvagem
até de uma beleza amena
ou mesmo uma beleza coragem...

Por que somos poetas?

Porque não há melhor maneira...
de dizer bem sutilmente
o que é tão descarado.
Ou dizer enfatizando
o que está bem escondido...

De mostrar que
como as cores,
as emoções têm nuances
E como o universo-homem
é por elas afetado...

E que o perfume das flores,
num poema, bem descrito,
quase pode ser sentido
e, por vezes, ser tocado...

E o amor, assim falado,
colocado num poema,
é amor que vale a pena.

Por que somos poetas?
Porque o universo-homem
Necessita ser amado.

Arabela Morais


Brincando Com o Verso

Levantei um belo dia
com um verso a me seguir
corri campos, subi serras
e ele vinha logo ali
corria atrás de mim
respiração ofegante

Decidi parar embaixo de uma árvore
o verso também parou...
sentou, respirou, suspirou...

Olhei nos olhos do verso
e falei querendo saber...
"Por que me segue seu verso?"
e ele começou a dizer...

"Te sigo porque és poesia
não posso viver sem você
você sem mim fica fria
e eu sem você, vou morrer."

Márcia Poesia de Sá

POETAMANTES

Somos amantes das palavras benditas,
mesmo que malditas sejam...

Somos amantes do belo dizer,
mesmo que feio seja o dito...

Somos amantes do lugar poético
do espaço ético
do contar para o mundo
as belezas e mazelas
que o mundo tem.

Somos amantes do falar sentido
do dizer sentindo
o que o objeto de nosso amor
nos faz sentir.

Somos amantes do saber no outro
do dizer do outro
que, por vezes, é tão belo também.

Somos amantes do poeta
que somos...
e outros poetas
de outros dizeres
amamos também.

Arabela Morais


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