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segunda-feira, 22 de março de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS DA SEMANA!


VIAGEM (CRÔNICA)

Talvez seja o efeito da cafeína acumulada dos tantos cafés que já tomei hoje. Quem sabe dos resquícios do malte dos whisky´s que bebi ontem. Quem sabe da cevada das cervejas de antes de ontem. Ou ainda das viagens no sabor dos beijos, do calor dos abraços, das carícias e dos afagos que tenho vivido; já não sei direito. Sei somente que tenho uma vontade louca, desvairada e quase impossível de adentrar no coração e na mente de um poeta, pegar carona nas suas viagens, na sua inspiração, percorrer as imagens que se fazem na sua criação, só para desvendar os segredos dos seus inventos e assim poder enxergar com seus olhos, sentir com seu coração, perceber com sua intuição, todas as suas emoções.

Tenho esse desejo louco e torto de entender a estratégia logística das viagens de um poeta. Como ele viaja, se decide onde aporta, ou onde aterriza; se suas viagens são programadas, com roteiro previsto, ou apenas monta na garupa do destino e chega onde o tempo por si só decide. Queria saber se os sonhos e lembranças dos poetas têm asas, o tamanho delas e se são impulsionadas ou não por turbinas supersônicas que ultrapassam a velocidade da luz ou pensamentos, travestidos de sonhos.

Tenho um desejo quase febril de um dia me esconder sorrateiramente no porão da imaginação de um poeta e sem querer saber seu destino, ficar espreitando suas manobras, suas idas e vindas, pelos mares dos desejos contidos nos seus poemas, no céu salpicado de sonhos e lembranças dos seus devaneios, nas profundezas das trevas por aonde vai descarregando seu infortúnio ou mesmo pelas noites horrendas de escuridão e tempestades por onde vagueiam seus medos.

Um dia ainda vou vaporizar e me infiltrar na sua bebida e assim – quem sabe – eu consiga me inebriar e disfarçadamente consigo viajar, como se fosse o próprio e ai sim saberia de tudo e contaria a todos plagiando todos os seus versos.

EACOELHO


SONHO FINDO


Perdoa-me, devo ir
É chegada a hora de partir
É o fim, o sonho findou
Agora acordada, sigo e me vou...

Para longe dos teus olhos
Onde não vejas minha dor
Onde não te doam meus desgostos
Para que acredites que não fora amor

E não fora então!
Não como o deveria ser
Fora apenas ardente paixão
Porque assim nos cabia arder

Queimamos... restaram as cinzas
As sopro... voam... neblina
A embaçar os olhos, ou são lágrimas?
Gotas cristalinas que molham estas páginas

Onde escrevo o nosso fim
E verso a dizer-te adeus
Este é o ensejo, que seja assim
Vou-me... sem olhar nos olhos teus.


Viviane Ramos


PARA GANHAR UM SORRISO TEU

Te trouxe ligeiro
uma carruagem de mesuras,
uma revoada de brisa,
um jardim inteiro,
de orquídeas afrodisíacas,
tela de Monalisa,
cerejas de pura doçura,
versos brancos, meigos.
porcelanas preciosas,
valiosos cristais,
rosas cheirosas,
poemas de vitrais.

beijos raros,
carinhos recentes,
colo, perfumes,
toques ávidos,
presença presente,
aromados vaga-lumes,
uma ária de Mozart,
um canto gregoriano,
trovas medievais,
baralho cigano,
bordados orientais.

para ter um sorriso,
da mulher tão amada,
faço isso e aquilo,,
toda carícia almejada!

[gustavo drummond]



Tolerância


Jogo minha tolerância num velho poço,
De águas profundas, um poço escuro.

Já gastei meus gritos, meus protestos,
Minha boca ferida sangrou.

E minha tolerância vou esquecer, retirar da memória,
Vou deixá-la reclamar, perturbar, chorar,

Dentro do poço, vai ficar escondida na escuridão,
Meus gritos vazios vão ser ecos silenciosos.

E a marcha dos meus pés gastos caminhará,
Nas areias do tempo sem tolerância,

No meu protesto, minha bandeira balança,
Balança no vento do oriente.

(Rod.Arcadia)



Vejo as labaredas

Sinto as labaredas de um fogo de línguas
Chamuscando as paredes da minha calma
Alma em devaneio, labirinto
Pele em vulto quente, flamejante

Construções medievais em janelas distantes
Fazem revoar as cortinas de meu ser
Teus caminhos brandos tão distantes...
Fechando meus olhos, posso ver

E o vento quente que te toca
Traz a mim teu cheiro ao alvorecer
Enquanto teus pensamentos rodopiam
Os meus anseiam por te ter

Mesmo vendo assim, tão perto um firmamento
Repleto de estrelas de você
Sinto que há mais por dentre linhas
Sinto escrito em azul, meu bem querer

Sensações, razões que me anunciam
Abertos os portais de um novo amor
Cupido dá risada de alegria
Meu coração palpita de temor

Estradas, longas horas, companhia...
Relógios tão repletos de saudades
E a poesia escreve em linha clara
O olhar apaixonado em noite rara
Faminta de teus sons de colibri

Papel, branco e tão puro comunica
Poetisa escreve por linhas tortas
O amor contido em um suspiro...

Ao te ver...
Dentro dessas labaredas
Neste bem querer.

Márcia Poesia de Sá



MINHA MEDIDA


Retomei o meu domínio
Galgo os passos do meu dia
Hoje sou meu próprio abrigo
A lágrima não inunda minha vida

Determinada, sigo avante
Sem tornar ao ponto de partida
Mantenho a falsa paz constante
Sem me deixar estar combalida

Aprendi as regras do jogo sujo
Já não me importa a medida
Do sangue que é o custo
Para recriar-me, destemida

Recrio-me do sangue inocente, meu!
Retiro entranhas pela ferida
Mas a dor quem me causa, sou eu
E não mais tua mão erguida.


Viviane Ramos


MÁRCIA POESIA DE SÁ

M-aravilhe este mundo com os versos seus,
A-rranque da alma, os arpejos mais inspirados,
R-evoada de lirícas poesias, benditas por Deus.
C-olorindo a vida com tintas mágicas, tons criados,
I-ncendeie com rimas , em labaredas, este país,
A-ssuma a direção, imponha o ritmo, dite o compasso.

P-olvilhe com adjetivos sútis, esta encantada dádiva.
O-rvalhe docemente, estas meticulosas metáforas febris.
E-spalhe esta alegria interior, dê-lhe asas, deixe-a voar
S-ingre todos mares, desafie procelas; poeta em plenitude.
I-nstigue, provoque; com seu íntimo enfoque, aroma natural.
A-rome esta vida com trovas de trevos; tantas folhas vírgens.

D-ivinamente flui seus poemas, passáros soltos, livres, lindos.
E-xagere nas metafóras, abuse do contra-senso, seja voce só.

S-erá mais , maior, elevada, amada; na morada dos deuses-poetas,
A-rejando, fluindo, encantando; diva dos versos belos; linda esteta!

Gustavo Drummond


É A LUZ NA POESIA

A luz na poesia de repente
Começou a estrelecer, a brilhar
Num piscar constante
Comemorando a versar

Raquel sempre pronta e contente
A Michelle, a Anorkinda, o Rui
Até o Pedro se pôs a empenhar
Márcia grita: Estou aqui, amores!

Viviane com seu jeitinho
Coloca cor de rosa em tudo
Arcádia, romântico por natureza.
Marlene é da poesia, o mundo

André com seu jeito menino
Udine, Senhor dos versos
Todos os poetas da Pequenos
Da poesia faz um universo.

Uma maratona, eis a ideia
homenagear a poesia é fundamental
Under também veio colaborar
Juntamente com Marçal

Durante toda a semana
Revesando a inspiração
Amélia, Mazéh e Janete
versaram com o coração

Anlub, bom camarada
Mavie, muito tímida
Trouxeram suas rimas
E Gustavo, poesia da vida

Até mesmo Isaías
Colaborou bonito
Anderlo largou o silêncio
No movimento atrevido

Juleni e Alexandre
Também ajudaram
A deixar tudo caprichado
Agradecemos a todos que versaram!

Marlene Nassa, Raquel Ordones e Anorkinda



O sol da janela


A madrugada se espreguiça
E por entre folhas posso ver...
Ele chegando junto a brisa
Embelezando meu viver...

Aquecendo cada ninho
Fazendo as cores florescer
Revigorando as ternas águas
Beijando as flores, posso ver

Aquece também meu peito...
Em um dourado encantador...
E enquanto eu medito
Ele me dá bom dia!

Debruçado risonho
Na janela com alegria
Todos os dias, ele vem...
Calmo, manso, lindo e loiro

Sol de tantas viagens
Planetas, mundos vindouros
Mas da terra não esquece
Ele ama este lugar

Adora fazer piruetas
E nas nuvens, brincar
Esconde, esconde de festa
Escuto ele gargalhar

Mas no final da tarde, exausto
Volta a relaxar...

Arrodeando minha casa...
E em outra janela aparece...
Para boa noite, me dar.

Márcia Poesia de Sá


Por que somos poetas?



Porque é preciso mostrar
que o céu é azul...
mas de um azul intenso
ou de um azul zangado
até de um azul cinzento
ou de um azul iluminado...

Porque é preciso dizer
que a floresta é bela...
mas de uma beleza extrema
ou de uma beleza selvagem
até de uma beleza amena
ou mesmo uma beleza coragem...

Por que somos poetas?

Porque não há melhor maneira...
de dizer bem sutilmente
o que é tão descarado.
Ou dizer enfatizando
o que está bem escondido...

De mostrar que
como as cores,
as emoções têm nuances
E como o universo-homem
é por elas afetado...

E que o perfume das flores,
num poema, bem descrito,
quase pode ser sentido
e, por vezes, ser tocado...

E o amor, assim falado,
colocado num poema,
é amor que vale a pena.

Por que somos poetas?
Porque o universo-homem
Necessita ser amado.

Arabela Morais


Palpitações de Um Coração


Carente coração reclama,
Foge de mim carência maldosa,
Enlaça seu laço naquele que te chama.

Segue seu rumo carência desvairada,
Palpitações de um coração apaixonado,
Aqui em mim foge em queda e derrabada.

E segue seu curso, rio abaixo,
Abandona-me deixa-me aqui sem dona,
Pra descarregar carência em luxo.

Palpitações de um coração,
Um bate, bate emocionado,
Toca bem baixinho essa canção,
Leva embora esse amor apaixonado.

(Rod.Arcadia)


Mulher ideal

Seria a perfeição de um ideal
Ou o ideal de uma perfeição
Essa mulher sensacional
A quem nos dá amor e atenção

Quem seria essa mulher afinal?
Seria a Amélia muito falada
Ou a Eva a quem foi o inicial
Seja Amélia ou Eva serás amada

O ideal, esta em tudo que fazemos
Pela qual sonhamos um dia ter
Amar, namorar e de fato queremos

Que ao idealizar não basta querer
Simples assim... Mulher ate temos
Mas quantidade não é bel prazer!

André Fernandes



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