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sexta-feira, 5 de março de 2010

Do tópico O GRANDE UDINE!

ESDRÚXULO.

Jamais, na vida, fui um poeta chulo!
Nunca, em versos, eu disse palavrões!
Na verdade, eu sou um poeta esdrúxulo,
Pleno de extravagantes convicções...

Por ser esdrúxulo, eu sou bizarro.
Faço coisas que fogem ao comum:
Teço versos ao fumo de um cigarro,
Quando fito da Lua o seu bumbum...

E, muitas vezes, quando a solidão
Vem, de inopino, me trazer tristeza,
Arranco as cordas do meu violão,

De modo estapafúrdio e sensual,
E vejo a minha amada sobre a mesa
A sorrir nua e bela, em seu astral...

(A.) J. Udine

...




UIRAPURU.

Dizem que o teu mavioso canto-poesia
Atrai bandos de aves para ti escutar :
Até mesmo a floresta, em festa, silencia,
E escuta a tua mágica flauta tocar...

Teu canto longo e melodioso é tão sagrado!
Apenas quinze dias é ouvido por ano,
Num ritual prodigioso e legendado,
Como tangido pelas mãos hábeis do Arcano...

Ah, Uirapuru, vem cantar à minha amada,
Que, feito Lua, vaga só e desvairada
Por sobre as nuvens dos vis sentimentos meus...

Certamente ela escutará teu canto-encanto,
E, quem sabe, compreenderá o meu pranto,
Que se esvai triste e só, pelos amores seus...

A.) J. Udine



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